Nem Todo Mundo que Pede Ajuda Merece Ser Ajudado.

Nós, como seres humanos, temos uma tendência natural a querer ajudar aqueles que nos rodeiam, especialmente quando são pessoas de quem gostamos, que têm um bom coração e que, de alguma forma, sempre estiveram presentes quando precisamos. No entanto, nem todo mundo que pede ajuda está realmente disposto a mudar ou merece o esforço que colocamos. Algumas pessoas, por mais que pareçam necessitadas, não querem ser ajudadas, e isso, no final, nos prejudica mais do que a elas.

Conheço alguém que sempre esteve pronto para estender a mão. Essa pessoa é do tipo que, se você precisar de qualquer coisa, está lá, disponível. O problema? Ele é tão bom que não enxerga as intenções maldosas de algumas pessoas que se aproximam, gente que só quer algo que ele pode oferecer. E o pior é que ele não acredita que existam pessoas com más intenções, que só querem se aproveitar. Muitas vezes, tentei alertá-lo, mostrar as armadilhas, e em nenhuma das vezes fui ouvida. O resultado? As consequências vieram, como eu previa.

A empresa dessa pessoa está à beira da falência, se é que já não faliu, mas ele se recusa a aceitar isso. E não é por falta de gente disposta a ajudar. O grande problema é que ele sempre foi muito mimado. Cresceu sem ter que lidar com responsabilidades, porque sempre houve alguém para resolver tudo. E, por muito tempo, eu fui uma dessas pessoas.

Em 2012, quando comecei a trabalhar com ele, me aborreci profundamente com a falta de compromisso e responsabilidade. Acabei saindo, frustrada. Mas, em 2020, voltei com a esperança de que ele finalmente teria mudado. Estávamos montando um negócio maior, algo promissor, e pensei que as coisas seriam diferentes. Mas estamos quase em 2025, e nada mudou. Ele continua esperando que outros façam as coisas por ele, sem assumir o controle da própria empresa.

E essa é a história repetida: a falta de ação, a procrastinação, e o medo de encarar os próprios erros. A frustração só cresce. Eu me vejo, mais uma vez, tentando carregar o peso de um negócio que não é meu, enquanto minha própria vida e meu empreendimento ficam parados.

Estou cansada. Esgotada, na verdade. Porque percebi que, por mais que eu tente, essa pessoa não quer ser ajudada. Prefere se cercar de pessoas que a sugam, que só aparecem quando precisam de algo. Meu próprio negócio não anda, porque não tenho tempo para me dedicar a ele como gostaria.

Essa experiência me ensinou uma lição dolorosa, mas essencial: nem todo mundo que pede ajuda merece ser ajudado. Às vezes, a pessoa se agarra tanto à zona de conforto que prefere continuar no caos, esperando que alguém venha resolver seus problemas. E, quando tentamos, acabamos afundando junto.

A verdade é que tentar ajudar quem não quer ser salvo só nos prejudica. O ciclo continua para a pessoa, mas nós ficamos presos em um ciclo de frustração e cansaço, sem progresso. Saber quando parar de tentar e seguir em frente é uma das lições mais difíceis, mas também uma das mais necessárias.

Se você já se encontrou nessa situação, tentando ajudar alguém que não quer mudar, lembre-se de que seu bem-estar também importa. Não há vergonha em se afastar quando a ajuda não é valorizada. Às vezes, a melhor coisa que podemos fazer é deixar que a pessoa enfrente as consequências de suas escolhas. No final das contas, você não pode salvar quem não quer ser salvo.

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