Empreendedores Também Choram: Lidando com Dor e Responsabilidade ao Mesmo Tempo.

Tem dias que eu acordo e não sei como vou dar conta. Não falo só das tarefas do trabalho, dos prazos, dos compromissos, das reuniões. Falo da vida. Da vida que, de repente, pesa. Que machuca. Que coloca a gente de frente com dores que não sabemos onde guardar. E mesmo assim… a gente segue. Porque alguém precisa segurar as pontas.

Nas últimas semanas, minha cabeça tem sido um emaranhado de emoções. Eu tento trabalhar, tento escrever, tento manter a rotina funcionando como se tudo estivesse bem, mas tem algo dentro de mim que está em pedaços. Meu pai está doente. A notícia veio como um soco. Um diagnóstico que ninguém quer ouvir, e uma realidade que a gente não escolhe viver.

E como se não bastasse, veio mais uma notícia ruim: meu tio, irmão dele, faleceu ontem, nesse exato momento está acontecendo o velório. Um atrás do outro. Uma dor engatando na outra. E no meio disso tudo… tem uma empresa para tocar. Tem prazos para cumprir. Tem cliente esperando resultado.

É aqui que a coisa aperta. Porque o mundo lá fora não para quando o nosso mundo desaba por dentro. A vida continua rodando fria, implacável e o empreendedor não tem licença emocional. Não tem um botão de pausa. A gente segura o choro, engole o nó na garganta, entrega o projeto, responde mensagem, grava vídeo, tenta ser forte… enquanto tudo dentro da gente grita por um tempo.

E sabe o que mais me revolta? Que, às vezes, parece que ninguém vê. Que empreendedores têm essa obrigação invisível de serem máquinas. Que se você demonstra fragilidade, as pessoas confundem com fraqueza. E aí você veste a armadura. Mas por dentro, está em carne viva.

Eu não sei se você que está lendo isso já passou por algo assim. Talvez sim. Talvez esteja passando agora. E se estiver, eu quero te dizer algo que precisei escutar: você tem o direito de sentir. Você tem o direito de estar cansada. De chorar. De dar uma pausa.

Empreender não é sobre nunca cair. É sobre ter coragem de levantar mesmo quando tudo dói. É sobre saber que não dá para ser forte o tempo todo. Que algumas fases vão te colocar no limite, e você vai se questionar se ainda faz sentido continuar.

E nessas horas, o que mais importa não é o que você entrega para o mundo, mas o que você está entregando para si mesma.

Por isso, se hoje você acordou sem forças, mas ainda assim apareceu — saiba que isso já é um ato de coragem. Se hoje você chorou escondida e mesmo assim atendeu um cliente com sorriso na voz — você é gigante.

Empreendedores também choram.
E tudo bem.

A dor passa. A fase muda. O caminho volta a se abrir.
Mas a sua história, essa que você está escrevendo agora, vai inspirar muita gente que também precisa continuar mesmo com o coração apertado.

Estamos juntos. 🖤

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